quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Lovely mushrooms...

Adoro cozinhar com cogumelos!!! Há algumas semanas a TV estava ligada, enquanto eu fazia o almoço em um domingo, e me marcou ouvir repetidamente o sotaque britânico do Jamie Oliver falando em mushrooms... Eu não estava prestando atenção, mas parece que era um programa especial aonde ele colhia e cozinhava cogumelos maravilhosos, e só de ver algumas cenas fiquei com água na boca. Desde então, estávamos precisando fazer uma sessão "cogumelos" aqui em casa para matar a vontade. 
Este ano tirei a semaninha de férias entre o Natal e o Reveillon para descansar e ficar por Porto Alegre, nada de pegar a estrada. Resolvi que queria curtir minha casa, minha cidade, meus gatos e também cozinhar, que é uma das minhas paixões... Voltando ao foco da postagem, cogumelos, finalmente aproveitei para cozinhá-los! Dois pratos simples e rápidos com diferentes, e em minha opinião bem sucedidas, harmonizações:
Ontem à noite fiz uma omelete com cebola dourada na manteiga, cogumelo paris e queijo mussarela, bem simples, mas muito saboroso. Foi harmonizado com um espumante Brut Casa Perini Método Champenoise. Não havíamos provado este espumante ainda e ele nos surpreendeu. Pontos para a perlage - fina, abundante e com certa persistência. Cor amarelo-palha, aroma frutado (pêssego talvez- não sou muito boa em analise sensorial de espumantes), agradável ao paladar, seco como eu gosto. Não achei a relação custo/benefício muito satisfatória (R$ 29,00), pois considerando sua origem (Serra Gaúcha) a concorrência é forte e seguramente existem rótulos de qualidade superior com preços equivalentes... Falando em rótulos, é no rótulo que este espumante perde pontos, não há informação alguma sobre a composição, tempo de fermentação, nada...



Para coroar a sessão, hoje no almoço fiz um risoto aos três cogumelos – paris, shitake e funghi. Ficou muito bom e esta uma daquelas receitas que não tem erro... Procedimento padrão de risoto: arroz arbóreo, vinho branco, etc... Usei em torno de 150g de Paris, 150g de Shitake e 30g de Funghi para 300g de arroz. Iniciei o processo com uma generosa porção de cebola refogada na manteiga. O tempero foi complementado por um toque de alho e pelo próprio caldo de carne utilizado no cozimento do risoto. A finalização no prato ficou por conta do parmesão e da pimenta do reino, ambos ralados na hora. A foto da postagem mostra os cogumelos sendo refogados na minha panela Wok de “estimação”. O perfume ainda está pela casa! Harmonizamos com uma Bohemia Oaken, cerveja maturada em carvalho, de coloração castanha, espuma cremosa, aroma amadeirado e sabor intenso com certa suavidade. Vale dar uma conferida no processo de fabricação no site da Bohemia (www.bohemia.com.br), além de muito bem apresentado e rico em informações é divertido, pois o tour é guiado pelo “Mestre Cervejeiro”.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Louca por frutas vermelhas



Esta é a época do ano em que o setor das frutas no supermercado me faz mais feliz, pois é a época das frutas vermelhas! Ontem fui ao Zaffari da Ipiranga, meu “super” preferido aqui em Porto Alegre, e me esbaldei: comprei cereja chilena, mirtilo, amora, e lichia (essa também é fruta vermelha? acho que não... vou pesquisar). As frutas vermelhas, além de saborosas, têm ação antioxidante, nesta época estão no seu auge e com preços muito bons! A estrela da foto desta postagem é o meu cheesecake, na versão amora, que tem sido bastante elogiado. Peguei a receita da internet e resolvi testar, já tinha tentado outras versões que não tinham me agradado e resolvi arriscar esta, mesmo sem botar muita fé, pois achei a quantidade de cream cheese exagerada... Enfim, paguei pra ver e o resultado foi surpreendente. Ficou ótimo! Já fiz várias vezes e todo mundo adora. Segue a receita:
Massa base - 150g de bolacha maisena triturada no liquidificador misturados com ½ tablete de margarina amolecida – forrar o fundo de uma forma com aro removível.
Recheio – no liquidificador 3 potes de cream cheese (450 g), 1 leite condensado, 2 ovos, 1 col. de café de essência de baunilha, 1 pitada de sal – passar para a forma.
½ hora de forno médio – pronto quando estiver firme (testar com palito). Depois que esfriar cobrir com geléia de amora e amoras (a versão com mirtilos também faz sucesso).
Bon appétit!
Como sugestão de harmonização,  espumante Moscatel da Serra Gaúcha. Para quem curte vinhos de sobremesa e gosta de investir em bons rótulos a dica é um vinho que degustamos recentemente em um jantar de harmonização do Ano da França no Brasil promovido pela Vinhos do Mundo, o Bordeaux Château Jardin De Rohan Blanc 2006 (50% Sauvignon Blanc, 40% Semillon, 10%Muscadelle). na ocasião foi harmonizado com um cheesecake de ricota ao molho de jabuticaba. Sem dúvidas este vinho foi um dos destaques da noite.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Eu não tenho bichos de estimação... Eu tenho família


Esta é a primeira vez que falo sobre a Malu e o Heitor aqui no blog. O Heitor chegou lá em casa com 40 dias, há dois anos atrás, quase cabia nas mãos de tão pequeno e imediatamente mudou nossa rotina e nos tornou reféns de suas carência e temperamento "afetado"... A Malu, mais conhecida como Mana, chegou um ano depois, já adulta e com outra postura, nos mostrou que gatos são extremamente carinhosos e obedientes... Hoje eles enchem a casa e dão uma sensação de família. Depois que adotamos esta duplinha nossas vidas mudaram... É fato que nossa casa é mais bagunçada e que tivemos que nos desapegar de um sofá de chenile e outras coisinhas mais, mas o carinho e a companhia deles não têm preço... Gatos são tudo de bom...

domingo, 20 de dezembro de 2009

O Vale do Vinhedos é tudo de bom...

Já vi que esta estória de manter um blog atualizado não é nada fácil... Após quase um mês, enfim a segunda postagem! O tema eleito: Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves/RS, ou melhor, vinhos, como o próprio lugar sugere. Vou escrever um pouquinho sobre um final de semana bem legal que passamos por lá há duas semanas atrás, para realizar um Curso de Degustação de Vinhos na Escola do Vinho da Vinícola Miolo. O Vale dos Vinhedos está localizado entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, a 120 quilômetros de Porto Alegre. É um lugar belíssimo, com forte potencial turístico e cheio de boas vinícolas, que além de varejo e degustação, oferecem aos visitantes passeios guiados pelas unidades de produção e armazenamento dos vinhos e espumantes (www.valedosvinhedos.com.br). A Miolo nasceu em Bento Gonçalves e é hoje uma das maiores vinícolas da região. A Miolo Wine Group apresenta nove unidades de negócios, entre elas três internacionais (Chile, Argentina,Espanha).

Esta foi uma viagem organizada sem pressa... Há muito tempo queríamos fazer este curso lá na Vinícola, mas um dos condicionantes era ficarmos instalados no próprio Vale dos Vinhedos. No Vale não existem muitas opções de hotéis e há tempos eu “namorava” a Pousada Borguetto Sant’Anna (www.borghettosantanna.com.br). Como a pousada possui poucas suítes, para combinar acomodação, data do curso e a nossa agenda não foi fácil, resultado: participamos da última edição do ano.
Os sinais de que o final de semana seria bem sucedido começaram na véspera... Após um período terrível de chuvas aqui pelo sul, a previsão era de sol e acreditem, baixas temperaturas em pleno dezembro! Dia 05 de dezembro amanheceu gelado e ensolarado e muito cedo pegamos a estrada em direção a Bento Gonçalves, pois o curso começava às 08h:30min. A estrada até lá é tranquilíssima e está em boas condições. Chegamos na hora, esperamos os atrasados uns minutos e logo começou a função.
Após a apresentação, começamos o tour pela vinícola: tanques de inox, maquinário para recepção e processamento das uvas, caves, armazenamento... Todo processo foi minuciosamente descrito pelo Arley, enólogo que ministrou o curso. 
Conhecer o processo de fabricação e armazenamento dos vinhos é uma peculiaridade de muitas vinícolas da serra. Eu particularmente já tinha visitado o Vale e outras vinícolas, mas no contexto de um curso, esta foi uma visita ampliada, bem interessante para quem gosta de saber o que há por trás dos vinhos que consumimos.

Após a visitação, tivemos uma palestra bem legal sobre história do vinho e análise sensorial com o Alberto Miele, pesquisador da Embrapa e profundo conhecedor do assunto. Passamos enfim para parte mais esperada, a degustação de vinhos, ou melhor – análise sensorial dos vinhos. 13 rótulos da Miolo Wine Groups foram analisados, entre brancos, rosé, espumantes e tintos: Fortaleza do Seival Viognier 2008, Reserva Chardonnay 2009, Miolo Seleção Rosé 2008, espumante Millésime 2006, Terranova Moscatel 2008, Gamay 2009, Terranova Shirraz 2008, Gran Lovara 2006, Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005, RAR 2005, Los Nevados Malbec 2007, DO Cabernet Franc 2004, Señorio Del Cid 2001. Fizemos a análise visual, olfativa e gustativa de todos os rótulos (ou quase todos, porque nos últimos... digamos que os sentidos estavam um pouco alterados).

Para mim os “eleitos” foram dois:
O Fortaleza do Seival Viognier 2008 porque não sou muito dos brancos e este é muito saboroso e aromático, frutado (citrus/tropical) com um toque floral – continua não sendo muito minha praia, mas para os dias mais quentes... Serviria com uma entrada leve, fria, a base de camarão talvez.
Dos tintos o Gran Lovara 2006 foi o destaque em minha opinião. Um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat com taninos redondos e bem equilibrados, cor vermelho rubi, aroma de cereja e baunilha, carvalho muito pronunciado.
Encerrados os módulos “didáticos”, no meio da tarde seguimos para o almoço e confraternização na Osteria Mamma Miolo. A Osteria é um restaurante instalado em uma casa centenária da família Miolo que conserva a rusticidade da época em que foi construída (paredes de pedra e piso de chão batido). O almoço típico italiano foi providencial, pois estávamos famintos (e um tanto alcoolizados...). Generosamente “regado” a Quinta do Seival Castas Portuguesas 2005 e a boas conversas, foi o fechamento perfeito do curso.
Para encerrar, demos uma passadinha no varejo da Miolo para usufruir do nosso desconto de 20%. Além da vista maravilhosa do Vale dos Vinhedos o detalhe da foto abaixo é a alegria do Rodrigo, meu marido, saindo da Miolo de carrinho, rsrsrs.

Sem condições para prolongar o programa fomos para a pousada... Um casal de amigos nos acompanhou nesta empreitada e para não dizer que dispensamos a brisa noturna do Vale, ainda fizemos uma sessão bread & wine na pousada à noite.

O Rodrigo escolheu a suíte Rocca da pousada e apesar de ficar um pouco desconfortável com a pedra gigante que existia dentro do quarto fui solidária... A suíte é uma graça, a vista é realmente maravilhosa (como todo o Vale), mas que fique claro que o fotógrafo do site da pousada é muito bom... Gostei da pousada, mas as expectativas eram altas e me frustrei. Achei a relação custo/benefício média. Frustrações a parte, dormimos muito bem e acordar com o ar da serra é tudo de bom...




Acordamos sem pressa, discutimos a programação da manhã mais sem pressa ainda...




Pegamos a estrada. A vinícola eleita para visitação (... e prejuízo) foi a Marco Luigi. Tivemos a sorte de sermos recepcionados pelo Don Vitor Valduga, dono da vinícola, uma figura – segundo ele é muito difícil encontrá-lo lá, pois está sempre em cima do trator. Conhecemos o processo de produção e a cave, instalada junto a um paredão de pedra, muito legal. Mais degustação, compras... O destaque foi o espumante Brut Reserva, corte de Chardonay, Pinot Noir e Merlot – bem interessante.
Lá se foi a manhã... Almoçamos no Sbórnea’s, no próprio Vale. Típico italiano, rodízio de massas e galeto, muito bom. Os guris tomaram um Pizzato Merlot 2005, desse fiquei de fora, pois fui eleita a motorista do casal na volta.
Voltamos pela estrada que passa pelos Caminhos de Pedra, um projeto de resgate da cultura local, onde casas centenárias (a maioria de pedra) foram adaptadas e transformadas em varejo de produtos produzidos na região. Visitamos a Casa da Ovelha, a Casa do Tomate e a Casa da Massa... Mais uma comprinhas e enfim chegamos à RS 122, rumo a Porto Alegre.
Apreciação global do final de semana (como se diz ao fim da análise sensorial de um vinho): excelente!! O Vale dos Vinhedos é um ponto de passagem obrigatório para quem vem ao sul, pelas paisagens, pela hospitalidade e especialmente pela atmosfera enogastronômica que envolve o lugar. É tudo de bom...
Nas minhas próximas postagens pretendo falar um pouco mais de análise sensorial, de roda de aromas, etc... Andei pesquisando umas coisas bem legais. Também vou dar umas dicas de vinhos que eu gostei, condicionadas não somente pela qualidade, mas também pela relação custo/benefício que muito me interessa. Mas sem pressa...



domingo, 29 de novembro de 2009

Criado sem pressa...

Há horas venho pensando em criar um blog, mas surge a dúvida: alguém irá ler o que eu tenho a dizer? O que eu tenho a dizer é interessante o bastante para ser postado? Eu tenho de fato o que dizer?!?! Após analisar estas questões concluí que um blog é minha cara, que sim, tenho muito a dizer, ou melhor, escrever e é possível que muitos se interessem pelas minhas postagens...
Primeiro passo - dar nome ao blog. "Sem pressa..." foi o primeiro nome que me veio à cabeça. Ultimamente tenho refletido muito sobre o tempo das coisas, o tempo que se ganha, que se perde... Como engenheira, adoro tudo que pode ter representação numérica, que pode ser medido e calculado. Pois então, é fato que uma hora hoje, há 10 anos atrás e daqui a 20 anos tem, teve e terá 60 minutos, é fato que todo o ano, pelo menos desde que eu nasci, tem 12 meses. Então porque parece que o tempo está passando cada vez mais rápido se ele passa por nós na mesma velocidade de sempre? Concluí que esta sensação vem do fato de estarmos cada vez mais próximos do fim. Não estou falando do fim do mundo, de morte ou coisa assim! O que quero dizer é que quanto mais o tempo passa, menos tempo temos para fazer tudo que planejamos, para comprar tudo que é lançado, para ler todos os livros que são recomendados, para viajar para todos os lugares maravilhosos que temos notícia... Enfim, não vamos viver para fazer, comer, ler, assistir, comprar, visitar, sentir e conhecer tudo que queremos. Isto é fato. Por isso, desde o último ano, estou tentando me adaptar a uma filosofia de vida "sem pressa", executar todas as tarefas do dia sem ansiedade e culpa por não ter conseguido fazer tudo que eu havia planejado há um ano atrás, ontem ou até mesmo ao levantar da cama... Sou capricorniana e consequentemente o ato de planejar é uma característica inerente à minha personalidade, não tem jeito. Adoro fazer planos e planilhas, mas decidi que quero viver um dia de cada vez, que o insucesso de hoje não é a sentença de amanhã e que mais importante que a quantidade do tempo, é a qualidade do tempo. Prezo a qualidade das coisas, da comida, da bebida, das pessoas, das conversas, do trabalho que faço... Assim tenho a sensação que ganho tempo.
Está inaugurado o blog "Sem pressa..."! Pretendo falar das coisas que penso e que gosto como, gastronomia, vinhos, viagens, gatos, entre outros. Aos pouquinhos vocês vão me conhecer... Mas sem pressa...